Maternar

No blog, as mães Havolene Valinhos e Tatiana Cavalcanti abordam as descobertas do início da maternidade

Maternar - Havolene Valinhos e Tatiana Cavalcanti
Havolene Valinhos e Tatiana Cavalcanti
Descrição de chapéu
Como criar maternidade

A festa de um ano da filha da Viih Tube e a ansiedade de uma mãe de primeira viagem

Antes da maternidade, muito das minhas referências de festas eram as feitas em casa: com bolo no centro da mesa, salgadinhos e refrigerante

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Nos últimos dias houve um verdadeiro tsunami de notícias, fotos, posts sobre os três dias da festa de aniversário de um ano da Lua Di Felice, filha da Viih Tube e Eliezer. Particularmente simpatizo muito com a família, inclusive comecei a segui-los durante a minha gestação, que coincidiu com a da influenciadora e ex-BBB.

Mas a reflexão aqui é que, embora faça parte do trabalho deles e o dinheiro também seja deles, um conteúdo massivo sobre a festa de um bebê com direito a shows, resort e um sem número de atrações pode gerar certa ansiedade em pais de primeira de viagem como eu. Pelos cálculos do casal a comemoração teria saído em torno de R$ 3 milhões.

Viih Tube e Eliezer comemoram aniversário de Lua
Viih Tube e Eliezer comemoram aniversário de Lua - AgNews

O primeiro ano de um bebê é cheio de descobertas e desafios que vão nos atropelando ao longo dos meses. Para falar a verdade, pelo menos para mim, não sobrou muito tempo ou dinheiro para pensar sobre qualquer festa mais elaborada. Quando percebi já estava aí. Elisa completa um ano no próximo mês.

E a ansiedade com certeza não foi gerada apenas por esses flashs da festa da pequena Lua. Nos últimos dois meses, o algoritmo do Instagram tem sido curto e grosso comigo, mostrando apenas tudo que for relacionado a esse momento.

São postagens com decorações de todos os tipos que nem poderia imaginar, sugestões de buffets e serviços, uma lista de itens que não pode faltar na festa do seu filho: mesa decorada, balões de gás hélio, bolo de pasta americana, lembrancinhas, três trocas de roupa, ensaio fotográfico antes da festa, fotografia e filmagem para o dia do evento e por aí vai.

Até me arrisquei a fazer alguns orçamentos: média para 50 pessoas, sem direito a convidar os amigos próximos. Só a família já enche fácil o salão. Tive a impressão de estar cotando uma festa de casamento.

Contudo, fiz as contas, cogitei até parcelar em mil vezes. Afinal minha filha fará um ano apenas uma vez, ela merece o melhor.

Aliado a isso, dias desses fiquei sabendo que é comum as crianças levarem o álbum de fotos do primeiro aniversário para fazer atividades na escola e mostrar a outros colegas da turma.

Naquele hora a sombra da culpa materna sobreveio na minha mente. Já imaginei Elisa com 7 anos, frustrada, mostrando as fotos de uma festa sem graça, se comparando aos amiguinhos. Confesso que nessa noite tive uma crise de ansiedade, depois fui entender que esse era o motivo.

No dia seguinte, perguntei aos meus pais se eles haviam feito festa de um ano para mim. Eles disseram que não se lembravam. Acho que nem entenderam o motivo da pergunta. Aliás, as décadas de 80 e 90 foram marcadas por muitas festas de aniversário em casa, com o bolo no centro da mesa, balas de coco enroladas em papel colorido, batatas curtidas, pães com patê de sardinha e refrigerante. Que delícia!

Não contente, na próxima ida à casa dos meus pais revirei os álbuns de fotos e me deparei com as tais cenas descritas acima quando fiz 2, 3 anos, com as crianças da vizinhança, primos, familiares, todos reunidos em torno da mesa, cantando parabéns e a alegria estampada nos rostos de todos, inclusive no meu. Sempre adorei uma festinha.

Com certeza eu já tinha visto aquelas fotos, mas agora elas tinham outro significado. Lembrei que antes de engravidar ouvia muitos comentários de que ter filho era caro, que esse mundo era perverso, mas lembrava sempre da minha própria trajetória. Meus pais nunca foram ricos, mas sempre trabalharam e fizeram o melhor para criar a mim e aos meus dois irmãos.

Então o que me resta fazer é o meu melhor nas minhas condições, mas mesmo assim não há garantias de que minha filha não se frustre se comparando aos coleguinhas do futuro. O que tenho certeza é que preciso fazer é dizer que estou aqui e enchê-la de amor assim como meus pais sempre fizeram.

E, sim, Elisa terá uma festa de um ano, com certeza sem muitos apetrechos, mas repleta de afeto. No futuro, ela olhará para as fotos, provavelmente feitas pelo celular dos convidados, que lhes mostrarão a alegria dos rostos de quem estava presente neste dia tão especial: seu primeiro ano.

Acompanhe o Maternar também pelo Instagram @blogmaternar.

Qual assunto você gostaria de ver aqui no blog? Envie sugestões para blogmaternar@grupofolha.com.br

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.